sexta-feira, 15 de julho de 2011

APRESENTAÇÃO

   As alunas que participaram no estágio "Dourada selvagem e Dourada de aquicultura, como distingui-las?" frequentam o 10º ou 11ºano do Curso de Ciências e Tecnologias.
   Este estágio está integrado no programa da ciência viva que decorreu durante cinco dias (de 11 a 15 de Julho).
   As alunas vêm de diferentes locais, como Grande Lisboa e Margem Sul, mas sempre prontas a aprender.

PLANO DE ESTÁGIO

1º Dia de Estágio                                                                                         11/07/2011



            No 1º dia de estágio foi a apresentação aos alunos do plano de estágio: “Dourada Selvagem e Dourada de aquicultura: como distingui-las?”. A professora fez uma breve introdução do estágio.
            Na introdução ao estágio foi-nos referido que no final deveríamos conseguir distinguir peixe de aquacultura e peixe selvagem, o seu regime alimentar, a anatomia interna e externa e a estrutura da brânquia.
            De seguida fizemos o plano de estágio para a semana de 11/07 a 15/07 onde incluímos uma visita à Piscicultura Sapalsado – Estuário do Sado, Observação de peixes selvagens e peixes de aquacultura, Visita ao Oceanário, Prova de peixe e a construção de um Portefólio. Após a calendarização, a professora alertou-nos dos material que deveríamos trazer nos respectivos dias.
De seguida a professora deu-nos uma breve explicitação das principais linhas de investigação em curso no Departamento.
            Fizemos uma visita ao Laboratório 1.45 onde iriam decorrer algumas das actividades programadas para realizar durante o estágio. Fomos buscar as senhas de almoço.
Visita ao Campus da FCT, onde visitámos a Biblioteca, onde estava a haver uma conferência na Sala de conferências da Biblioteca, vimos as instalações nas quais havia salas de estudo individuais e de grupo, havia muito material de consulta: livros, revistas, etc.
            A professora deu-nos uns envelopes pequeninos que continham um calendário do Repositório da Universidade Nova. De seguida fomos dar uma volta pelo Campus visitando outros sítios e conhecendo melhor o interior da universidade.
            Após isso, a professora deu-nos a informação que não haveria estágio da parte da tarde, sendo assim nós fomos almoçar à cantina da FCT onde há uma grande variedade onde podemos escolher se queremos Carne, Peixe e até comida Macrobiótica.
            À tarde, como não tínhamos actividades, decidimos visitar os computadores da Biblioteca do Campus, e demos mais um passeio pela FCT. 


Repositório da Universidade Nova



           

INTRODUÇÃO TEÓRICA



Dourada da aquicultura
   Os produtos do mar fazem parte de uma dieta alimentar saudável devido à natureza em ácidos gordos polinsaturados. Neste estágio os alunos irão aprender a distinguir, pelo aspecto visual e a partir das características organolépticas, peixe de diferentes proveniências (selvagem e de aquicultura) e de diferentes regimes de produção a partir de um painel de provadores. 

Dourada selvagem

   O estágio será composto, fundamentalmente, por ensaios no campo e ensaios laboratoriais. Haverá no início, uma introdução teórica sobre a presente temática. Distribuir-se-á informação teórica que se considere relevante para a concretização do estágio. No final irá ser feito um painel de discussão em função dos resultados obtidos face aos inquéritos e actividades elaborados pelos alunos. O relatório será disponibilizado on line para divulgação pública a eventuais interessados. O estágio considerar-se-á concluído após a entrega dos diplomas aos alunos que participaram activamente neste trabalho conjunto. 

VISITA A UMA PISCICULTURA

2ºDia de Estágio                                                                                        12/07/2011

A actividade reservada para o Segundo dia de estágio foi a visita a uma piscicultura situada no Estuário do Sado. Pelas 10h e 30 min estávamos no Edifício Departamental, para de seguida partir em direcção a Setúbal. O Sapalsado situa-se numa localidade denominada Faralhão.
Faralhão é uma localidade de Setúbal que se formou devido à produção de ostra. Logo, todas as pisciculturas situadas no estuário têm uma grande potencialidade de produção de ostra. No passado, os tanques do Sapalsado tinham outras finalidades. Antigamente, instalava-se naquele local uma salina. Porém o sal começou a não se tornar viável e, consequentemente, os tanques foram modificados com o propósito de se dedicar à aquacultura.
Em Portugal, as espécies de peixes mais produzidas em aquacultura são, de nome comum, a dourada, o robalo e o linguado. As douradas são produzidas em pisciculturas por todo o mundo. Esta espécie alimenta-se de peixes-rei, poliquetas, amêijoas, e algas; sendo considerado um animal omnívoro, porém, ela não consome nenhum alimento a temperaturas menores que 10ºC.
No sapal também se observaram aves devido, certamente, à existência de peixe. O Perna-longa esteve quase a desaparecer deste local, mas com o desenvolvimento das pisciculturas da região, esta espécie conseguiu desenvolver-se. A Andorinha-do-Mar é uma outra ave muito comum na região, tendo a característica de mergulhar nos tanques, apanhando as suas presas.
Perna-longa
Existem vários tipos de Tanques numa piscicultura. O tanque reservatório ou de entrada – que equivale à 1ª Fase – onde por processos activos ou passivos a água é armazenada. O tanque de crescimento ou de engorda – 2ª Fase – onde o peixe se desenvolve até ter o peso necessário para fins comerciais. O terceiro e último tanque é o de decantação onde teoricamente os restos de produtos orgânicos acabam por sedimentar, mantendo os tanques mais limpos. Porém, na prática, esses produtos orgânicos são depositados no tanque de segunda fase.
Tanque
Existem ainda 3 tipos de produção. Pode ser intensiva, onde se utiliza unicamente alimento artificial, o que pode ser prejudicial à produção. A produção extensiva, pelo contrário, é a que se assemelha mais ao meio natural, onde não é dada ração. Este tipo de produção é característica da criação de bivalves. Regularmente é utilizada a semi-intensiva, onde existe uma alimentação constituída por ração e alimento natural.
Junto às margens dos tanques, existem várias espécies vegetais típicas de sapais. A Salicórnia é uma planta que é vendida com o propósito de substituir o sal. Esta planta ajuda a consolidar as margens e não é venenosa. Pelo contrário, a Gramata é uma planta venenosa que pode matar a produção, mas tem funções de consolidação tal como a Salicórnia.
Salicórnia
Medições dos parâmetros físico-químicos da água
 Recorrendo a uma sonda multiparamétrica, mediram-se vários parâmetros: Temperatura, Salinidade, Oxigénio dissolvido; Ph, Condutividade; Turvação; Saturação de Oxigénio; ORP. Estas medições têm o objectivo de comparar entre tanques com diversas aplicações tal como achar condições ideais para o desenvolvimento da produção.
 No final da nossa visita, fomos ao moinho de maré da Mourisca onde também medimos os parâmetros da água.

Moinho de Maré da Mourisca

PEIXE NO LABORATÓRIO

3ºDia de Estágio                                                                                                 13/07/2011

Cabeça de Peixe Espada
   Neste dia, começámos por uma actividade de laboratório, em que o principal objectivo era a observação de peixes da aquacultura e de peixes selvagens, a visualização da anatomia externa e interna de um peixe, a determinação da idade de um peixe, a recolha de dados biométricos para a determinação da relação peso/comprimento e idade/comprimento e a identificação do regime alimentar de um peixe a partir da observação dos arcos branquiais.
   Para identificar se um peixe é fresco ou não, é necessário recorrer a uma observação externa e interna:

Linguado

  - Observação externa: ter em conta o aspecto geral, dos olhos, do opérculo, a cor das guelras, o cheiro, o aspecto das escamas, do corpo, do abdómen e do ânus;

  - Observação interna: visualizar o aspecto das vísceras, do peritoneu, da carne e da coluna vertebral.

Dissecação da Dourada
    Inicialmente começámos por aprender a distinguir os peixes que nos eram apresentados: medimos o seu comprimento total, standart e à forquilha e ainda medimos o seu peso com a ajuda de uma balança. Depois, colocámos uma enguia viva num aquário, de forma a termos uma pequena noção da sua vida no mar.
Dissecação do Linguado
   Depois de anotarmos os valores obtidos numa tabela dada pela nossa professora encarregue do estágio, começámos por dissecar os peixes para que pudéssemos visualizar os seus órgãos interiores, bem como aprender um pouco mais sobre a estrutura e funcionamento do sistema de um peixe.

Dissecação no laboratório
    Assim, sabemos que os peixes, de uma forma geral, são constituídos por: barbatana dorsal, caudal, anal, pélvicas e peitorais, linha lateral, massa muscular, baço, gónada, esqueleto apendicular, abertura uro-genital, intestino, estômago, brânquias, fígado, coração, guelras, massa cerebral, esqueleto axial e cecos pilóricos.
   Um dos temas que nos centrámos mais nestas observações, foi nas guelras dos peixes, por exemplo, as guelras das douradas são constituídas por: arcos aórticos, filamentos branquiais rastros e rastelos branquiais. As guelras ainda nos podem ajudar a identificar o regime alimentar de um peixe.
   Ainda no laboratório, identificámos três tipos de regimes alimentares dos peixes observados, assim os peixes podem ser carnívoros, omnívoros e planctívoros. A sardinha, é um peixe tipicamente planctívoro, pois tem os rastros muito desenvolvidos, próprios para filtrar o plâncton e ao mesmo tempo impedir que os filamentos branquiais (onde se processa a respiração) fiquem "sujos". Mas, já no caso da dourada, por exemplo, podemos afirmar que é omnívoro.
   No final esta actividade, a nossa professora deu-nos a oportunidade de levarmos pequenas amostras de órgãos de peixes para casa, nas quais conservámos em álcool (70%).

VISITA DE ESTUDO AO OCEANÁRIO

3ºDia de Estágio                                                               13/07/2011

Torda-mergulheira

  
   Neste mesmo dia, ainda visitámos a exposição permanente do oceanário de Lisboa.


   O oceano contém 90% da biomassa da Terra, 50% de todas as espécies conhecidas na Terra, tem uma profundidade média de 4000m e 90% de toda a sua vida nos 100m superficiais. No oceano profundo existe vida sem luz do Sol e a vida está concentrada nas zonas costeiras e nas plataformas continentais.

Papagaio-do-mar

 O oceanário mostra-nos as variadas espécies existentes em diferentes cantos do mundo. A exposição permanente está dividida em grandes salas que envolvem um tanque central, que representam os diferentes oceanos do mundo.
   No tanque central encontram-se várias espécies de peixes, como por exemplo: o gavião-do-mar, o tubarão zebra, raias, a dourada, a castanhola vermelha, o peixe Lua (maior peixe vertebrado do mundo), o ídolo-mourisco, etc.

Peixe-balão-de-pintas-pretas

   Também tivemos a oportunidade de ver aves e anfíbios típicas dos vários cantos do mundo, e também de aprender a economizar nas nossas casas, a fazer reciclagem e a poupar energia, por exemplo.
   O oceanário é um local bastante produtivo que oferece a oportunidade de aprendizagem tanto a mais novos, como a mais velhos, nunca esquecendo a importância que a biologia tem para todas as formas de vida.

Viola-pintada

PAINEL DE PROVA

4ºDia de Estágio                                                                                                      14/07/2011


            Foram apresentadas duas espécies de Dourada e de Robalo. Uma espécie selvagem e outra de aquicultura. O objectivo era identificar qual das espécies era do mar e qual era de aquicultura através de um conjunto de características e através de uma prova de peixe.

Dourada de aquacultura
            Primeiro, através de um painel de prova fizemos uma avaliação do índice de frescura de douradas e robalos, avaliando o aspecto geral tendo em conta o aspecto superficial, o muco e a firmeza do músculo; os olhos tendo em conta a transparência da córnea, a pupila e a forma do olho; as brânquias através do cheiro e da cor; o abdómen através da coloração, da aparência e do cheiro e o peritoneu através da aderência.
           
            Em seguida fomos fazer a prova do peixe. As duas espécies de Dourada e Robalo foram postas no microondas e foram cozidas durante alguns minutos. Depois de cozidas nós provamos e através de uma tabela de apreciação sensorial avaliámos o cheiro, o flavor
Dourada selvagem
(sabor + cheiro), o músculo e no final assinalámos qual deles tínhamos gostado mais. Assim, o peixe que gostámos mais foi a dourada selvagem e a que gostámos menos foi da dourada da aquacultura.

            Através do aspecto do olho do peixe e da gordura apresentada pelo peixe enquanto cru e também da cor do músculo do peixe após a sua cozedura, foi-nos possível determinar se este era selvagem ou de aquicultura.
           De uma forma geral, achámos que os peixes que foram analisádos estavam em perfeita frescura, pois foram também comprados no mesmo dia e prontos a comer.
 

Prova de peixe

CONSTRUÇÃO DO PORTEFÓLIO E ENTREGA DOS CERTIFICADOS

5ºDia de Estágio                                                                                                   15/07/2011


  Neste dia, realizámos o relatório sob a forma de um blog sobre o estágio que realizámos nestes cinco dias. Também nos foi entregue os certificados da realização do estágio "Dourada selvagem e Dourada de aquicultura, como distingui-las?" que decorreu de 11-07-2011 a 15-07-2011, na instituição Universidade Nova de Lisboa - Unidade de Biotecnologia Ambiental - Faculdade de Ciências e Tecnologias, integrado no programa Ciência Viva no Laboratório - Ocupação Científica de Jovens nas Férias, uma iniciativa promovida pela Ciência Viva em colaboração com a comunidade científica.
   Gostámos bastante de realizar este estágio, pois não só nos enriqueceu intelectualmente como culturalmente.

Recepção dos certificados
Grupo de estágio